Casa roubada, trancas à porta

Já há uns tempos que não tinhamos emoção cá por casa. O meu coração já devia achar que as míseras 70 batidas por minuto eram um tédio.

Hoje fui buscá-las à escola e resolvi fazer-lhes uma surpresa: íamos ver o Era do Gelo 4 (recomendo, foi muito giro. Eu nem tinha achado graça aos últimos.)

Depois do cinema entrámos no carro (eu fechei a porta do lado da mais nova) e saímos do shopping. Nunca nos preocupámos em pôr a tranca de segurança nas portas delas porque o carro automaticamente tranca todas as portas do carro mal as fechamos. No caminho para casa, estava eu parada num semáforo e ainda confirmei que tinha trancado as portas com o botão.

E não é que quando avanço ao sinal verde e faço uma curva, a porta da mais nova se escancara?! E eu percebi que tinha sido a mais nova a abri-la. Gritei: G!!!

Eram só 6 e tal da tarde, portanto havia muito trânsito, tudo à pressa e eu sem lugar para parar porque num curva não dá jeito. Lá me consegui enfiar entra a nossa faixa e a que vinha em sentido contrário, meti os quatro piscas e toca de ir fechar a porta do outro lado. Enquanto isto, os benditos senhores que passavam por mim, fizeram o favor de não nos bater, e de ficarem de boca aberta a olhar para o espectáculo.

Felizmente ninguém caíu, ninguém nos levou a porta, e depois de experimentar em casa percebi que o sistema está avariado. Portanto a velha tranca manual está activada e agora ninguém abre a porta meeessssmo!

A causadora da cena, só uns 20 minutos depois é que confessou que tinha sido ela realmente a abri-la, embora a cara dela dissesse tudo.

Eu tive um choque de adrenalina valente, mas aparentemente fui a única que ficou traumatizada com o episódio, porque minutos depois a mais velha voltava ao normal:

Ela: Ó mãe, como é que eu consigo pensar duas coisas ao mesmo tempo?

Eu: Porque o teu cérebro... pensa...

Ela: Ó mãe, como é que os meus olhos mexem?

Eu: .....

Ela: Ó mãe, tu hoje não sabes a resposta de nada. (Pudera...)