Hoje resolvemos ir renovar-lhes os passaportes. Porque é um dia que deve ter pouca gente, porque é só ir ali à loja do cidadão e já está.
3 (sim, 3!) lugares depois conseguimos senha. No primeiro tínhamos 50 pessoas à frente, no segundo já não davam senhas e no terceiro lá conseguimos. Parece que nós e mais meio milhão de pessoas tiveram a mesma ideia: vamos fazer passaportes e cartões de cidadão hoje, que é um bom dia.
Ora posto isto já não estávamos propriamente alegres e sorridentes. Enquanto esperávamos a mais velha, que anda com bicho carpinteiro, saltou, correu, levantou-se e sentou-se 1000 vezes enquanto fazia perguntas sobre tudo e mais alguma coisa.
E depois, quando fomos atendidos, a mais nova diz: "Eu não vou tirá a foto"
E vá de começar a ladainha dela, a chorar baixinho: "Eu não quelo, eu não quelo..."
A Sra foi simpática e pôs-lhe dois bonecos em cima da mesa, para ver se a animava. Mas nada.
Eu ía inventando coisas para ver se a convencia: precisas deste livrinho para ir vistar a avó, assim nós vamos e tu ficas, vá lá vai ser tão giro tirar uma foto naquela máquina, olha que gira que estavas nesta quando eras bébe, a J. vai tirar e depois vais tu, eu deixo-te jogar um jogo no meu telemóvel... aos poucos eu ía perdendo os princípios e a resposta era sempre a mesma: "não"
Eu já transpirava, só de pensar na gritaria que íamos ter ali e da cara das pessoas que iam ter de ficar à espera que a pirralha parasse a fita para serem atendidas.
Foi aí que me virei para a minha querida mala, em busca de uma resposta. E como se sabe, uma mala de mulher é tipo oráculo. Achei um baton para o cieiro. E aí, joguei baixo:
"Põe isto, assim ficas na foto com batôn e a J. não"
Ela sorriu e disse: "Eu vou ficá com batôooon e tu nãaaaao!"
E graças a todos os santinhos a irmã percebeu que este era um caso desesperante e sorriu sem se chatear. E depois foi vê-la, fazer cara de santa, de sorrir com ar de anjinho e tirar a foto à primeira.
Estou exausta....
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