Como sou das poucas que tenho a sorte de ir buscar as miúdas à escola às 4h30, acabo por me cruzar com poucas mães e com muitas empregadas e avós. Muitas avós.
E claro, não fossemos nós mulheres, acabamos por fazer conversa umas com as outras. E, invariavelmente, as avós acabam por me confidenciar que adoram ajudar, que adoram os netos, mas que já não têm estaleca para aquilo. A maior parte está reformada e quer é sopas e descanso. Mas que se sentem no dever de ajudar os filhos e, claro, depois se sentem no direito de opinar sobre coisas que levam a discussões frequentes.
É por isso que se costuma dizer que ninguém está contente com o que tem. Os avós cá em casa queixam-se que estão longe das netas e que as vêm pouco, os que os têm perto queixam-se que acabam por ficar muito tempo com eles.
Eu sei que às vezes não dá para ser de outra maneira (quantas as vezes já suspirei por um avô por perto nem que fosse um dia por semana), mas isto dá que pensar. Não me imagino com 60 ou mais anos a passar por isto tudo outra vez com os meus netos. Se já é cansativo agora que estamos nos 30!
Se tiverem um avô muito solicito em casa, vejam lá se ele não está só a disfarçar o cansaço. Afinal eles já fizerem isto tudo antes, e por nós.
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