January 23, 2009

Cartão do Cidadão para que te quero?

Hoje lá me enchi de coragem e fui para a loja do cidadão tirar o Cartão do Cidadão para a minha filha.

Tenho uma inaptidão natural para estes sítios. Fico a suar (porque está sempre muito calor e porque fico irritada de ver tanta desgraça. Como desgraça leia-se: desgraça literal, desgraça de desorganização e desgraça de falta de juizo das pessoas), com comichões e com vontade de sair e de me ir enfiar no cinema para esquecer que tenho responsabilidades.

Nas Finanças disseram-me que devia tirar o Contribuinte primeiro. Depois de tentar tirar o dito contribuinte e o sistema não funcionar, descubro que afinal não era preciso ter estado naquela fila.

O que é preciso é tirar uma senha. Mas não é uma senha prioritária! (Porque é que havemos de tornar as coisas simples? Depois íamos lá e despachávamo-nos em meia hora e até parecia mal.)
Embora haja tratamento prioritário (que é obrigatório por lei).

Então é assim: Tiramos uma senha normal, e depois vamos acotovelando-nos entre as pessoas que rodeiam as mesas (porque inexplicavelmente também, parece que para as pessoas o número da senha é irrelevante, a proximidade das mesas é que é importante) para chegarmos a uma funcionária e dizermos o nosso número, para que ela ponha na sua lista dos prioritários (num papelinho escrito à mão).

Depois, há nas filas os pais (mãe e pai) com os filhos. E vai sempre a avó, a tia ou a madrinha também. Porque aquilo é um lugar mesmo bom para se passar a manhã em amena cavaqueira. E porque os pais, coitadinhos, não conseguem os DOIS cuidar do seu infante, que normalmente é abanado, atirado ao ar e abraçado pela madrinha até começar aos prantos de excesso de estímulo. E para, claro, dar um certo ambiance ao local.

Ora segundo a mesma senhora da listinha dos prioritários, o processo demora no mínimo meia hora a ser feito. Eu tinha 7 crianças à minha frente. Viémos embora.

Isto porque agora é tudo mais fácil porque é só um cartão!

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