September 17, 2012

Cabeleireiro

Não sei se é solidariedade com a Troika se o que é, mas a mais nova nunca gosta de ir cortar o cabelo. Como se recusa, também, a prendê-lo ou a usar ganchos, só havia uma solução: franja.

Então lá me encho de coragem e corto eu (outra vez).  Com tesoura das unhas que tem as pontas bem redondinhas que é para não haver acidentes. E assim que dou a primeira tesourada, encho-me de calores: ai que cortei demais!

Lá disfarcei a coisa e disse-lhe: "Estás tão gira! Vai lá ver ao espelho."
Ela vai e volta muito triste: "Não estou não, já não estou uma menina linda. "

O meu coração partiu-se, senti-me um ser horrível que não merecia o ar que respirava. Má mãe! Sou uma pessoa horrível! Como é que fui capaz de ser tão incompetente?

Milagrosamente a mais velha elogiou-a. Ainda não percebi porquê e a única explicação que me ocorre é que ela até fica muito fofa com a franja assim.

Depois o pai chegou a casa e teve uma saída fantástica: "Já reparaste que a tua Dora também usa franja?"

E a partir daí ela andou feliz da vida. E até disse à tia que estava linda.


Ufa...

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