November 23, 2009

O maior susto da minha vida


Foi na 6ª feira ao fim do dia. A coisa estava a correr especialmente bem. As duas estavam calminhas, o jantar estava a ser finalizado e fui à cozinha desligar o fogão. Quando voltei, tinha a mais pequenina deitada no sofá, de barriga e cara para baixo, em convulsões.


Quando a virei, revirava os olhos e estava meio cinzenta. E depois desmaiou.

Por momentos deixei de conseguir pensar. Depois pensei em epilepsia. Só me vieram coisas estúpidas e tristes à cabeça e comecei a tentar raciocinar e achar o telefone que estava mesmo ali ao lado, mas que me parecia invisível naquela hora.

Ponderei (vá-se lá saber como) que entre meter as duas no carro e ir ao hospital ao fundo da rua era melhor ligar para as Urgências porque ela não estava a oxigenar o cérebro.

No 112 disseram-me para lhe tirar a febre e lhe dar um banho para baixar a temperatura, enquanto eu insistia que queria uma ambulância. Eu vi 37,5º no termómetro (mas não garanto que era essa a temperatura) mas dei-lhe banho na mesma e liguei ao meu marido.

Ele e a ambulância chegaram com 1 minuto de diferença, e a mim pareceu que demoraram uma tarde. Entretanto ela ía acordando, chorando e apagando (mais duas vezes) mas já sem convulsões.

O INEM cuidou dela e lá fomos às 7 da tarde de 6ª feira para o outro lado da cidade. Ela chegou lá com 39º. Depois de um Ben-uron, análises e vários médicos (tudo extremamente rápido) lá me disseram que ela teve um pico de febre (que pode ser provocado por qualquer coisa, desde dentes a otites) tão rápido que fez uma convulsão febril (parece que é relativamente comum, que até pode ser hereditário, mas eu nunca tinha ouvido falar, nem dentro nem fora da família. Dah!). Deram-me um medicamento para pôr no rabinho, para parar futuras convulsões (que podem ou não acontecer) e disseram que, normalmente, lá pelos 5, 6 anos desaparecem.

Até hoje, felizmente não teve mais nada. Nem sequer febre. E, na manhã seguinte, já andava a correr e a fazer os disparates do costume. A capacidade de regeneração deles é impressionante. (Já não se pode dizer o mesmo dos pais)

Fiquei com óptima impressão do INEM. Eu liguei às 19h05 para o 112 e chegámos à Estefânia às 19h35, sendo que eles tiveram de chegar até nós, atravessámos a cidade e ainda tivémos de mudar de caminho porque encontrámos um acidente. Mais rápido era impossivel.

Fiquei com óptima impressão da Estefânia. E custa-me que andem uns sacanas corruptos no Governo a receber luvas, enquanto aquelas pessoas têm de trabalhar em hospitais com estuque a cair das paredes.

E fiquei a saber que não tenho tanto sangue frio como achava que tinha.

E já agora, para quem tiver de presenciar uma coisa destas pela primeira vez, aqui fica o que fazer:

- Deitar a criança de lado e não lhe pôr nada na boca
- Tirar a temperatura
- Dar banho para baixar e pôr Ben-uron supositório para tentar parar a convulsão.
- No hospital disseram para ir sempre lá depois para eles avaliarem

Há muito tempo que não estava tão feliz como neste fim de semana. Não há nada como pôr as coisas em perspectiva. ;)

5 comments:

Sara said...

Tenho pânico que isso aconteça ao meu filho. julgo que deve ser das coisas mais aterradoras de presenciar. Felizmente que correu tudo bem e ela está recuperada.
O que eu não sabia acerca das convulsões é que poderiam começar assim de repente, ou seja, pensei que já tivesse de existir um estado febril.

cristina said...

A filha de uma amiga minha tb já passou por isso e a minha amiga diz que é horrivel. Nunca mais lhe aconteceu (e isto foi há anos). Espero que estejam bem refeitos, pois ela pelas visto está =).
Beijinhos

Prezado said...

Que susto. Ainda bem que já passou. Beijos

Susana, Sérgio & Madalena said...

Olá,
Sou uma seguidora do teu blog, embora não comente, mas este tema é-me particularmente conhecido.
A minha filhota desde que nasceu que sofre de convulsões febris, baste ela ter 37º de febre que entra em convulsão. Digo-te que tenho sempre o coração nas maos e não desejo a ninguem o que tenho passado.
Também me receitaram a bisnaga poara em caso de convulsão lhe aplicar, mas atenção, só deves aplicar se ela tiver a ter a convulsão por mais de 5 minutos e os efeitos secundários são muitos. Nunca lhe apliquei a bisnaga porque as convulsões dela são curtas, mas confesso que tenho algum receio dos efeitos secundários.
O importante é que a tua menina está melhor:))))
Desculpa o testamento.
Bjs
Susana, Sérgio e Madalena

Mamã said...

Obrigada pela dica. Confesso que nem tinha pensado nos efeitos secundários. Só fiquei contente por haver uma solução.